Neurocirurgia Funcional: O Que É e Para Quem Ela é Indicada?
- Igor Granito
- 9 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de nov.

Quando se fala em neurocirurgia, a primeira imagem que vem à mente da maioria das pessoas é a retirada de tumores cerebrais ou o tratamento de traumas graves. No entanto, existe uma subespecialidade dentro da neurocirurgia que vai além dessas situações emergenciais: a neurocirurgia funcional.
A neurocirurgia funcional busca restaurar funções neurológicas comprometidas, utilizando técnicas modernas e tecnologias de ponta, especialmente para tratar doenças crônicas como Parkinson, tremores e epilepsia. O foco não está apenas em remover lesões, mas em melhorar a qualidade de vida do paciente ao modular a atividade elétrica do cérebro.
O que diferencia a neurocirurgia funcional da tradicional?
Enquanto a neurocirurgia tradicional tem como objetivo principal a remoção de estruturas alteradas (como tumores, aneurismas ou hematomas), a neurocirurgia funcional atua sobre circuitos cerebrais específicos que estão desregulados, mas sem necessariamente removê-los.
Isso é possível graças ao avanço de técnicas como a estimulação cerebral profunda (DBS – Deep Brain Stimulation), que permite interferir de forma precisa na atividade elétrica de determinadas regiões do cérebro, reduzindo sintomas incapacitantes sem causar danos às estruturas neurológicas.
Como o estímulo elétrico pode modular funções cerebrais?
O cérebro humano funciona através de impulsos elétricos que percorrem uma rede altamente complexa de neurônios. Em algumas doenças neurológicas, essa rede sofre disfunções, gerando atividades anormais que resultam em sintomas motores, sensoriais ou comportamentais.

A estimulação elétrica cerebral atua como uma espécie de "marca-passo" para o cérebro: pequenos pulsos elétricos são enviados de forma contínua por eletrodos implantados, ajudando a normalizar os circuitos neurológicos.
É um procedimento reversível, ajustável e extremamente preciso, com efeitos que muitas vezes são percebidos já nas primeiras semanas após a ativação do sistema.
Quais doenças podem se beneficiar da neurocirurgia funcional?
A neurocirurgia funcional tem indicação principalmente para pacientes que não respondem adequadamente aos tratamentos clínicos tradicionais. Entre as principais condições tratadas com esse tipo de intervenção, destacam-se:
Doença de Parkinson: o DBS ajuda a controlar os tremores, a rigidez muscular e as dificuldades motoras, possibilitando uma redução importante nas medicações.
Tremor essencial: um distúrbio neurológico comum que causa tremores nas mãos e em outras partes do corpo. A cirurgia pode devolver a autonomia em atividades básicas, como escrever ou se alimentar.
Epilepsia refratária: em casos em que as crises não são controladas por medicamentos, a cirurgia pode identificar e modular as áreas cerebrais responsáveis pelas descargas elétricas anormais.

Outras indicações incluem distonias, espasticidade, dor crônica e, em alguns casos, até transtornos psiquiátricos como TOC severo.
Conclusão
A neurocirurgia funcional representa uma das maiores evoluções da medicina neurológica moderna. Ao invés de apenas combater a doença, ela se propõe a restaurar o equilíbrio do cérebro, devolvendo ao paciente funções que pareciam perdidas.
Se você ou um familiar enfrenta uma condição neurológica crônica e sente que os tratamentos atuais não estão oferecendo a melhora esperada, agende sua consulta no botão abaixo. Avaliar a possibilidade de uma abordagem funcional pode ser o primeiro passo para uma nova fase da vida, com mais autonomia e bem-estar.



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