DBS (Deep Brain Stimulation): Como a Cirurgia Pode Melhorar a Qualidade de Vida em Casos de Epilepsia e Parkinson?
- Igor Granito
- 31 de mar.
- 3 min de leitura
A neurocirurgia moderna tem avançado de forma impressionante, oferecendo soluções para condições neurológicas antes consideradas de difícil controle. Entre essas inovações, destaca-se o DBS (Deep Brain Stimulation), ou Estimulação Cerebral Profunda — um procedimento cirúrgico que tem transformado a vida de pacientes com Parkinson, epilepsia de difícil controle e tremor essencial.
Neste artigo explicaremos como o DBS funciona, quem pode se beneficiar e quais são os resultados esperados.
O que é DBS?
A Estimulação Cerebral Profunda é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva que consiste na implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, responsáveis pelo controle dos movimentos ou da atividade elétrica cerebral.
Esses eletrodos são conectados a um pequeno gerador (parecido com um marca-passo), que envia impulsos elétricos controlados, regulando os circuitos cerebrais alterados.

Quando o DBS é Indicado?
O DBS não é a primeira linha de tratamento. Ele costuma ser indicado quando os medicamentos já não oferecem controle satisfatório dos sintomas, ou quando causam efeitos colaterais significativos.
As principais indicações incluem:
Doença de Parkinson: Pacientes com tremores intensos, rigidez e dificuldade para caminhar, que não respondem bem à medicação.
Epilepsia: Casos refratários, onde as crises não são controladas com o uso de remédios.
Tremor essencial: Tremores involuntários que comprometem atividades simples como escrever ou se alimentar.
Como Funciona a Cirurgia?
O procedimento é realizado com o paciente acordado ou sob sedação leve, permitindo ao neurocirurgião mapear com precisão a região-alvo do cérebro.
Através de imagens de alta definição (ressonância magnética e tomografia), os eletrodos são implantados com extrema precisão.
Em seguida, o gerador é colocado sob a pele do tórax.
Após a cirurgia, o aparelho é programado de forma personalizada por uma equipe especializada.

É um procedimento reversível e ajustável, o que significa que os parâmetros podem ser modificados conforme a evolução clínica do paciente.
Benefícios do DBS
Os resultados do DBS podem ser bastante expressivos, principalmente em pacientes com Parkinson. Alguns dos principais benefícios incluem:
Redução significativa dos tremores e rigidez.
Diminuição da necessidade de medicamentos.
Melhora da qualidade do sono e da autonomia.
Redução da frequência e intensidade das crises epilépticas.
Retomada de atividades cotidianas com mais independência.
É importante lembrar que os resultados variam de acordo com o quadro clínico de cada paciente e que o acompanhamento multidisciplinar é essencial no pós-operatório.

Efeitos Colaterais e Cuidados
Como qualquer procedimento cirúrgico, o DBS envolve riscos, ainda que baixos. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:
Pequenas infecções no local do implante.
Dor de cabeça ou desconforto no pós-operatório.
Em alguns casos, alterações de humor ou fala, que geralmente podem ser ajustadas via programação do aparelho.
A equipe médica realiza acompanhamento contínuo, ajustando a intensidade da estimulação e avaliando os resultados ao longo do tempo.
Tecnologias Envolvidas
O DBS é um reflexo direto do avanço da neurotecnologia. Hoje, o uso de:
GPS cerebral tridimensional,
Mapeamento em tempo real,
Geradores inteligentes,
permite que a cirurgia seja mais segura, eficaz e personalizada.
Conclusão
O DBS representa um salto na forma como lidamos com doenças neurológicas crônicas. Para pacientes com Parkinson, epilepsia ou tremor essencial, essa tecnologia oferece a chance de recuperar o controle sobre o corpo e reconquistar sua autonomia.
Se você ou um familiar convive com esses sintomas e busca uma alternativa eficaz, agende uma avaliação. A medicina evoluiu — e hoje, viver melhor é uma possibilidade real.



Comentários